Covid-19: inverno acende alerta sobre flexibilização

Decreto estende isolamento social por mais uma semana
Covid-19: Número diário de contaminados em queda
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Tanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto o Ministério da Saúde concordam que a curva de contágio pelo novo coronavírus apresenta, no momento, tendência de estabilização no território brasileiro. Isto porque o número de registros vem diminuindo nas últimas três semanas. Ainda assim, especialistas afirmam que a chegada do inverno e a interiorização da doença mostram que ainda é cedo para flexibilizar as medidas restritivas de circulação impostas pela pandemia.

Na sexta-feira (19), o Brasil ultrapassou a marca de um milhão de infectados, colocando-se em segundo lugar no ranking mundial da doença. Pelas proporções continentais do país, pesquisadores da Fiocruz afirmam que o Brasil enfrenta hoje diversas epidemias do coronavírus ao mesmo tempo. Segundo estudos da instituição, realizados em 13 de junho, 14 estados brasileiros registram tendência de queda nas internações hospitalares, e seis estados encontram-se em processo de estabilização da doença.

No movimento contrário, o Distrito Federal e outros seis estados vivem uma tendência de alta da curva de contágio. Parte desse resultado se deve ao crescimento do número de contaminados em municípios interioranos, enquanto nos grandes centros a doença está perdendo força.

Outro ponto de apreensão é a baixa capacidade de testagem em massa no Brasil, o que dificulta o correto entendimento sobre a evolução da doença. Países como a Nova Zelândia e a Coréia do Sul conseguiram enfrentar a pandemia com maior eficiências, justamente por terem realizado testagem massiva entre a população. Por conta desta lacuna, pesquisadores envolvidos no estudo da doença afirmam que o número de contaminados entre os brasileiros pode ser até oito vezes maior que os dados oficiais.

A experiência de outros países mostra o risco de uma flexibilização precipitada do isolamento social. Na China, onde surgiu a doença, 32 novos casos foram notificados na última quarta-feira (17), sendo 25 em Pequim. A cidade enfrenta um novo surto devido à contaminação em massa num grande mercado da cidade, onde foram notificados 183 casos de infecção. Por conta disso, o governo impôs novas medidas de confinamento em algumas regiões de Pequim. Na Itália, epicentro da doença no continente europeu, foram registrados 251 novos casos e 47 mortes, nesta sexta-feira (19).

Em seu mais recente comunicado, a OMS reconhece que o mundo vive uma fase perigosa da doença, com a diminuição das medidas de confinamento e o nível de exaustão, entre as populações, provocado pelo isolamento social. A América Latina é o novo epicentro da doença e alguns estados brasileiros ensaiam o fim das medidas restritivas de circulação. Os reflexos sobre o relaxamento da quarentena nessas regiões do país só serão sentidos daqui a duas semanas. Nessas circunstâncias, alerta a instituição, manter-se em casa continua sendo a melhor forma de se prevenir contra uma doença ainda não dominada pela medicina.

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