Jipeiros fazem churrasco e acampamento ilegal em Jurubatiba

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Vídeos e fotos que circulam desde o final de semana nas redes sociais mostra o flagrante de crime ambiental e de descumprimento dos decretos municipais que proíbem aglomerações. Dezenas de pessoas – identificadas como parte de um grupo de “jipeiros” – participam de um churrasco dentro do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, em Macaé.

São pelo menos 24 veículos, além de barracas de camping montadas nas margens da lagoa. Pelas imagens, observa-se que ninguém estava usando máscara. Um dos vídeos também mostra  o motorista de um dos carros entrando na lagoa e atravessando para o local onde os outros carros estavam estacionados.

O Parque administrado, pelo ICMBio, é um abrigo para diversas espécies de fauna e flora das restingas que estão em risco de extinção. A área do parque abrange as cidades de Macaé, Carapebus e Quissamã e representa o trecho de restinga melhor conservado de toda a costa fluminense e a maior área de restinga contínua do país.

De acordo com o site G1, as equipes informaram que estão cientes do caso ocorrido no último sábado (4) e que medidas estão sendo tomadas, mas reforçou que demais informações devem ser solicitadas à equipe da Assessoria de Comunicação do ICMBio. A assessoria, no entanto, ainda não se pronunciou.

A Prefeitura de Macaé informou que a fiscalização do Parque Nacional de Jurubatiba é de responsabilidade do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e disse que a Secretaria de Ambiente já encaminhou a denúncia para o órgão. O Inea informou que o Parque Nacional de Jurubatiba é administrado pelo ICMBio e cabe a esta instituição a sua fiscalização, ordenamento e orientação ao público.

O biólogo e doutor em Ecologia Vegetal Rodrigo Lemes Martins, professor da UFRJ, disse que as imagens foram feitas por um grupo de jipeiros que, geralmente, fazem ações de limpeza no parque mas também fazem atividades predatórias na localidade.

– Eles protegem o parque em algumas de suas ações. Quando eles vão entrar lá, normalmente, eles pedem autorização, o chefe do parque produz um roteiro pra eles, e eles são autorizados a entrar. Nesse caso, eles entraram de maneira irregular, inclusive eles constroem um acesso passando por fora da portaria, porque a portaria do parque estava fechado, disse Rodrigo.

O professor disse ainda que a atividade registrada no sábado pode causar prejuízos à biodiversidade.

– No fundo dessas lagoas tem uma série de animais e vegetação que atraem aves migratórias e, quando um fluxo de veículo é muito forte sobre esse fundo de lagoa, além daquele material do fundo ser removido e causar uma mudança nas condições da água, você tem uma morte de muitos animais que ficam nesse fundo. E esses fundos de lagoa fornecem alimentos pra essas aves migratórias quando o nível da água tá baixo. E outra irregularidade é o atropelamento da vegetação, explicou o professor Rodrigo Lemes.

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