A recuperação do mercado de trabalho na América Latina, após a pandemia do coronavírus, pode durar mais de uma década. Esta é a opinião da secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Bárcena, durante apresentação realizada ontem (10) em Santiago, Chile, em conjunto com a Organização Internacional do Trabalho.
“Será uma crise mais longa do que todo mundo pensou”, disse a executiva, que informou ainda que as economias latino-americanas, no que se inclui o Brasil, encolheriam 9,1% este ano, com perda de 47 milhões postos de trabalho, o que aumentará a taxa de ocupação na região para 11%.
No relatório apresentado, Bárcena avaliou ainda que “o retorno ao nível de atividade econômica pré-pandemia levará vários anos, o que se traduzirá em uma lenta recuperação do emprego”. A queda dos níveis de emprego ocorreu em todas as áreas. O trabalho formal encolheu 14% no segundo trimestre deste ano, enquanto o informal diminuiu 25%.
Durante a pandemia, a informalidade atingiu 54% em função do fechamento de 2,7 milhões de empresas, apesar dos esforços para manter os trabalhadores mediante mecanismos como férias antecipadas, redução das jornadas de trabalho, cortes salariais e trabalho remoto. O relatório afirma ainda que mulheres e jovens têm sido os mais afetados pelos efeitos da pandemia no mercado de trabalho.
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