Com dívidas de R$ 2 milhões, Fafima precisa de ajuda

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Neste momento em que deveria estar festejando os seus 47 anos de atuação na área educacional, formando professores para Macaé e Região, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Macaé, a Fafima, enfrenta uma das mais graves crises financeiras de sua história. A atual diretoria da Fundação Educacional Luiz Reid está empenhada em pagar a dívida trabalhista com o INSS referentes à faculdade, que chega a 2 milhões de reais. A dívida impede que a primeira faculdade de Macaé realize novos vestibulares, já que o Ministério da Educação só autoriza a aplicação das provas se a instituição estiver em dia com os tributos federais e sem o parcelamento desse montante.

Para ajudar a Fafima, foi aberta uma campanha de doação via depósito bancário. Doações de qualquer valor podem ser feitas no Bradesco, agência 1545-8, conta corrente 110355-5. Para PIX, o CNPJ da Fafima é 29253549/0001-70. “O propósito da campanha de arrecadação está pautado na defesa de uma causa e não em interesses particulares. A Fundação, que nasceu para ser mantenedora do Colégio Estadual Luiz Reid (os dois prédios onde funciona o Ensino Médio não pertencem ao Estado), é a mesma Fundação que quer a Fafima viva, oferecendo ensino qualificado, com uma mensalidade ao alcance das classes populares e, sobretudo, com o compromisso de colocar a educação a serviço de uma sociedade mais justa e solidária”, pontuou a professora Ivânia Ribeiro, representante do corpo docente da instituição.

– A nova diretoria assumiu o mandato sabendo que havia dívidas trabalhistas, mas não esperava que o passivo financeiro fosse tão alto. De qualquer forma, existe muita disposição para manter a instituição viva, servindo à educação e à comunidade em geral. Lideranças da cidade estão atuando, voluntariamente, para reorganizar a parte burocrática e funcional da faculdade, disse a
professora.

Ivânia lembra que antes dos cursos à distância, a Faculdade tinha mais de 400 alunos e, ao longo do tempo chegou a apenas 70 matriculados, mesmo obtendo notas sempre acima da média, na avaliação do MEC. Ele frisa que os cursos Educação à Distância (EAD) cobram um valor cinco vezes menor que um curso presencial. Além disso, o FIES, o programa de financiamento estudantil do governo federal, vem diminuindo sua oferta desde 2014, impossibilitando a expansão de vagas para as camadas sociais menos privilegiadas.

“As bolsas de estudo da Prefeitura de Macaé foram suspensas por orientação do Ministério Público e do Tribunal de Contas, pois a prefeitura de Macaé não pode doar bolsas só para uma instituição: ou oferece a todas as faculdades, de forma igualitária, ou não oferece para nenhuma”, explica Ivânia.

A Fafima é mantida por uma Fundação de direito privado que fiscaliza e orienta os dirigentes. “Portanto não se pode afirmar que a crise financeira é fruto de atitudes ilícitas. No máximo, podemos falar em equívocos na gestão. Por exemplo: manter cursos com pouca demanda que acabaram dando prejuízo à faculdade”, disse.

“É preciso entender que a FAFIMA não tem donos específicos: na ata de fundação da Fundação Educacional Luiz Reid estavam, dentre outros, as Professoras Jacira Duval e Hilda Ramos; hoje tem novos nomes que já não mais estarão daqui a quatro anos. Pelo estatuto da fundação mantenedora, tudo que é arrecadado deve ser aplicado nas finalidades educacionais. E isso é rigorosamente fiscalizado por auditorias externas e pelo Promotor do Ministério Público das Fundações, com sede no Rio de Janeiro”, declarou.

E continuou: “Podemos afirmar que o propósito da campanha de arrecadação no BRADESCO está pautado na defesa de uma causa e não em interesses particulares. A Fundação, que nasceu para ser mantenedora do Colégio Estadual Luiz Reid (os dois prédios onde funciona o Ensino Médio não pertencem ao Estado), é a mesma Fundação que quer a FAFIMA VIVA, oferecendo ensino qualificado, com uma mensalidade ao alcance das classes populares e, sobretudo, com o compromisso de colocar a educação a serviço de uma sociedade mais justa e solidária”, pontuou.

Ela lembra o saudoso Professor José Domingues de Araújo Silva, que costumava dizer que, no pátio onde se deu o enforcamento (1855) de Motta Coqueiro e onde o condenado desejou cem anos de atraso para Macaé, foi criada a Fundação (1956) que ironizou essa praga e viabilizou as duas pedras angulares da educação macaense: O Colégio Estadual Luiz Reid e a FAFIMA.
“Depois vieram outros espaços educacionais valorosos, mas foi nesse local que começou todo trabalho estruturado contra o atraso intelectual, social e profissional de Macaé”, concluiu Ivânia.

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