Caratê online: futuros atletas não param durante a pandemia

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O caratê sempre fez parte da vida do atleta Frederico Moreira. Faixa preta quarto dan e sensei, ele descobriu aos 52 anos uma nova forma de ensinar a milenar arte marcial japonesa. Para que seus alunos do Clube Cidade do Sol não fiquem sem aulas durante o período de quarentena por conta da pandemia da Covid-19, ele está dando aulas online. Cerca de 50 crianças e adultos participam dos treinos, dados por meio do aplicativo Zoom.

Cada um na sua casa, os futuros caratecas treinam quase todos os dias, em aulas separadas por faixas ou mesmo em aulas individuais. Para o tio Fred, como é carinhosamente chamado pelas crianças, a experiência está sendo uma oportunidade de muito aprendizado.

– Estamos passando por um momento muito difícil no mundo todo, e ainda bem que temos a tecnologia a nosso favor. As aulas são bem diferentes, mas estamos aprendendo juntos. Percebo que os treinos online têm um lado muito positivo, que é a maior concentração das crianças, pois a maioria treina sozinha na sala de casa ou no seu quarto. O lado ruim é a interação, pois sinto muita saudade de estar perto deles, comentou o sensei.

Entre os alunos, estão os irmãos Miguel e Vinicius Noronha Carneiro, de 10 anos. Duas vezes por semana, a sala da casa se transforma em um tatame – a mesa de centro é arrastada, e eles treinam firme, de olho no laptop. O pai, o técnico em logística Gernandes Mota, ajuda com os ajustes técnicos do aplicativo. “Gosto muito dos treinos, pois não podemos ficar parados, sem fazer o caratê. Além disso, ajuda a passar o tempo nessa quarentena”, disse Vinicius que como o irmão Miguel já é faixa laranja.

Morando em Macaé há dois anos e meio com a esposa Yakamura, Frederico passou 15 anos fora do Brasil por conta do esporte. Depois de conquistar inúmeros títulos nacionais – incluindo o Campeonato Brasileiro – foi convidado para morar na Itália, onde ficou por cinco anos, e nos Estados Unidos, onde por 10 anos deu aulas de caratê, inclusive com treinamentos de celebridades em Los Angeles e no Havaí.

Com os três filhos já adultos, Frederico e Yakamura decidiram voltar para o Brasil, e acabaram escolhendo Macaé para morar, cidade que já tinham laços de amizade. “Meus filhos ficaram nos Estados Unidos, mas estamos sempre em contato. Macaé nos acolheu muito bem, e estamos gostando muito de morar aqui. Além disso, vejo muitos talentos promissores entre meus pequenos caratecas”, afirmou.

Frederico Moreira é faixa preta quatro dan

Aulas são pelo aplicativo Zoom

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