Dr. Aluízio: “Não tem flexibilização, a situação é crítica. Podemos chegar a 12 mil casos”

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Em entrevista coletiva hoje, o prefeito de Macaé, Dr. Aluízio, anunciou que por enquanto não haverá a reabertura planejada de setores da economia local. O motivo é o aumento significativo dos números de casos nas últimas 24 horas e, consequentemente, da taxa de ocupação dos leitos em Macaé. Foram 17 novos casos registrados e dos 50 leitos disponíveis, 30 estão ocupados. A estimativa é que haja 12 mil casos em Macaé até o final de todo o processo da Covid. O prefeito disse ainda que irá manter o decreto da semana passada, estendendo as normas por mais uma semana.

A pandemia do coronavírus em Macaé fez com que os leitos de UTI na rede pública saltassem  66% da ocupação. O o número de casos subiu para 799 e de óbitos aumentou para 28.”Não tem flexibilização. O plano está pronto, mas de ontem para hoje foram 17 novos pacientes. A situação é critica. Chegamos no pico. Seria um equívoco a flexibilização. Sabemos de todos os problemas econômicos e as angústias, mas maior será a dor se não tivermos leitos para os doentes. Há um crescimento de 10% dos casos a cada dia”, destacou.

Dr. Aluizio lembrou que existe uma dinâmica na pandemia do coronavírus, que levou a internação de quinta-feira (28) para hoje (29) de 17 pacientes. “Isso é uma coisa exorbitante e mostra que vai piorar a situação hospitalar, por isso não temos condição de flexibilizar qualquer atividade agora. Seria um paradoxo, um equívoco. Sabemos da necessidade da população, mas sabemos por vivência a dor de não ter um leito decente para oferecer em caso de necessidade”, observou.

De acordo com ele, no que se refere à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Macaé possui 44 leitos no HPM e seis no Hospital São João Batista, totalizando 50, sendo que o tempo de permanência dos pacientes com Covid-19 é de 20 dias.

– Temos um acréscimo de 10% de casos a cada dia, amanhã é provável que tenhamos 880, domingo 960, até segunda serão mil casos. Os casos cresceram, aumentamos de 20 para 44 o número de leitos para a Covid no HPM, assumimos seis leitos estratégicos de reserva no São João Batista e já falamos que quando chegasse a 60% de leitos ocupados, não tomaríamos nenhuma decisão (de flexibilização). Chegamos na situação mais crítica do coronavírus, avaliou.

Falando também como médico, Dr. Aluízio orienta para que as pessoas com sintomas procurem o Centro de Referência do Coronavírus até o quinto dia.

– Enfrentamos esse problema. As pessoas não querem ir logo por medo de ficarem sozinhas e por não querer admitir ter Covid. Aí, quando procuram já estão com situação grave do nível de oxigênio. Um paciente com cinco dias de febre, cinco dias de cansaço. O número de leitos vazios tem reduzido, o número de pessoas que vão ao hospital tem aumentado, a taxa de permanência no hospital é prolongada, principalmente na UTI. A doença não passou, a doença não acabou, não fique sem máscara, não fique sem lavar as mãos, orientou.

Ele informou ainda que as testagens continuam e que haverão critérios absolutos para abrir e colocar o plano de flexibilização em prática, como alcançar uma menor taxa de incidência dos casos e mais leitos, uma estabilidade.

O prefeito agradeceu à Associação Comercial e à CDL, além do Ministério Público, que junto com a prefeitura elaboraram o Plano de Flexibilização. “Não é uma decisão (a não flexibilização) do prefeito, estou discutindo com as pessoas que têm responsabilidade e competência com esta discussão. Eu não vou colocar ninguém em risco de vida por conta de uma necessidade que não é fundamental. Apesar da preocupação com a economia, não morrer é fundamental”, ressaltou, lembrando que o plano veiculado nas redes sociais e grupos de whastapp não é o real.

A possibilidade de lockdown ainda existe, mas por enquanto não será adotada. Os testes sorológicos nas barreiras sanitárias dentro de Macaé continuam. O funcionamento da Casa de Quarentena, no Hotel de Deus, que disponibiliza cem leitos para quem não tem condições de se isolar dentro de casa continua.

 

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