Jovem macaense tira nota mil na redação do Enem

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Os avós de Rafaella Frutuoso Barbosa são testemunhas da emoção expressada pela estudante de 22 anos quando se deparou com a tão sonhada nota mil na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prestado em 2021.

Com o resultado da prova, disponibilizado na noite de quarta-feira (9), Rafaella espera agora as inscrições do Sisu, que começam em 15 de fevereiro, para tentar uma vaga no curso de odontologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói.
As lágrimas de Rafaella representam a felicidade de quem vê o sonho de ingressar em uma universidade pública mais próximo. A jovem, órfã dos pais, vive com os avós há 19 anos em Macaé (RJ) e sempre estudou em escola pública.

Ela desceu a escada correndo, desceu chorando, não sabia se chorava, se gritava de alegria. Eu falei: minha filha foi mais que merecedora pelo seu esforço. Graças a Deus, eu estou muito feliz”, contou a avó Dulcinea Frutuoso, de 66 anos, ao g1.

As lágrimas de Rafaella representam a felicidade de quem vê o sonho de ingressar em uma universidade pública mais próximo.

A jovem, órfã dos pais, vive com os avós há 19 anos em Macaé (RJ) e sempre estudou em escola pública.

Sem ter como pagar um cursinho preparatório, com o apoio da família, ela optou por fazer o Ensino Médio no Instituto Federal Fluminense (IFF), por acreditar que teria mais base para ingressar numa universidade pública.

“Eu tive muita ajuda dos meus avós. Tive apoio deles em tudo, desde o Ensino Fundamental, porque a gente não tinha condições financeiras de pagar um cursinho preparatório, porque era muito caro, então, no Ensino Fundamental eu decidi que queria tentar o IFF, porque era uma escola que tinha um bom ensino e que me daria a oportunidade de passar para uma faculdade pública. Os meus avós me auxiliaram em tudo, os meus professores da rede municipal também, porque eles sabiam que a gente não tinha condições de pagar e eles foram impecáveis, me preparando pra prova do IFF”, lembra Rafaella.

Assim que concluiu o Ensino Médio no IFF, em 2019, ela conseguiu passar para a faculdade de química, e até começou a cursá-la, mas a antiga paixão pela odontologia despertou e bateu à porta.

“E aí eu pensei que valeria a pena eu parar e voltar a estudar pro Enem pra tentar o que eu realmente queria, porque eu sempre quis odonto, então, eu cancelei a matrícula e voltei pra Macaé pra me dedicar e tentar passar em odonto, em Niterói, que sempre foi o meu sonho”, disse Rafaella.

Olhando para o passado, Rafaella não soube dizer ao g1 quando e como começou o seu interesse pela área de odontologia, mas é nela que a jovem busca o seu futuro.

“Pra mim sempre foi isso, sabe! Eu sei que eu quero odonto desde a primeira vez que me perguntaram o que eu queria fazer quando crescer. E atualmente isso só se confirma. Quanto mais eu pesquiso e estudo sobre a área e possíveis atuação, eu fico muito apaixonada, vai muito além do que a gente consegue imaginar. É uma profissão que me ganhou, sei lá, antes mesmo de eu ter noção de como era isso tudo, da grandiosidade dessa profissão”.


Os estudos para o Enem

Rafaella explica que tentou pagar um pré-vestibular pela internet, mas não se adaptou. Então, ela resolveu se organizar com conteúdos da internet.

“Eu peguei um checklist que tem na internet de graça, filtrei com os assuntos que mais caíam, fui pesquisando, e fui estudando com vídeo do Youtube, de graça. E aí eu poderia escolher qual professor me adaptaria mais, qual explicação me adaptaria mais. Quando eu não entendia, podia recorrer a outro professor, outra explicação, e, assim, funcionou muito bem pra mim”, conta.

A jovem explica que o único investimento foi num curso de redação.

“Porque eu estava há muito tempo sem estudar. Então, eu não lembrava nem quais eram as competências. O que era pontuado e despontuado. Eu errava vírgula o tempo inteiro. A professora Raquel Prado me ajudou demais. Não tem nem comparação a minha escrita antes e depois”, revelou.

A redação do Enem

Rafaella conta que fazer a redação não foi uma tarefa fácil e que ficou apreensiva quando leu o tema.

“Eu pensei, meu Deus, eu não sei falar nada sobre isso! Eu li os textos motivadores e não me senti segura com eles. E eu fui ficando ansiosa, foi assustador no começo. Mas aí eu abaixei a cabeça, bebi uma água, respirei, orei, pedi uma orientação divina e fui tentar fazer o meu projeto de texto na folha de rascunho”, conta.

Rafaella explica que depois de algumas tentativas, conseguiu dar prosseguimento e finalizar a redação.

“Já tinha passado acho que meia hora quando eu consegui escolher meus argumentos. Levei duas horas para fazer. Introduzi a redação com o artigo sétimo dos Direitos Humanos, que é a garantia social ao ser humano. Meu primeiro argumento foi pautado no livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos, uma obra que sou muito apaixonada. E o meu segundo argumento foi na Constituição Federal, com os direitos garantidos aos brasileiros”, completou.

Fonte: Ariane Marques – G1

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